Recentemente alguém publicou o seguinte comentário num vídeo que fiz: “[…] gosto do seu jeito.”, e por ele fui pego de surpresa. Gosta do meu jeito? Quanto tempo passei ouvindo que o meu jeito não era bom, que o meu jeito era estranho, que eu não era engraçado, que meu jeito dava vergonha. Agora, como se surgido de um buraco negro, atravessando um vórtice entre universos alternativos, alguém salta na minha frente e diz gosto do seu jeito? Aí tem!
Por que haveria alguém de gostar do meu jeito? É o meu jeito de falar? É o meu jeito de estar na frente da câmera? Ou seria o meu jeito como um todo? O que faz do meu jeito tão agradável a ponto de se tornar tópico para um comentário? Sempre falaram que meu jeito era desengonçado e atrapalhado. É esse o jeito que gostam?
Devia ter levado todos os outros comentários como elogios? Passei por tantas sessões de terapia inutilmente achando que o meu jeito estava errado quando na verdade era ele, o jeito, o melhor dos jeitos existentes?
Quanto dinheiro poderia ter economizado se só tivessem comentado “gosto do seu jeito” até eu acreditar. Se bem que eu provavelmente não teria acreditado. Talvez o meu jeito realmente fosse estranho e foi só mudar depois de tê-lo aceitado como algo meu. O meu jeitinho.
Autismo
Em 2021 fui diagnosticado como autista e fiz um vídeo falando sobre o meu processo até o diagnóstico. Recentemente criei uma atualização explicando o hiperfoco que desenvolvi em leitura de crônicas e revistas literárias para escrever minha newsletter. Você pode assisti-los abaixo.
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