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“Fui criado para me esconder?”, perguntou o homem.
A vida é como o desabrochar das flores. Elas nascem, crescem e murcham. São tão tímidas no começo, tão deslumbrantes em sua breve existência e tão melancólicas em seus últimos suspiros.
“Eu quero ser como uma flor seca dentro de um livro”, disse o homem.
“Por quê?”, disse a voz dentro de si.
“Para viver. Para viver o que não vivi. Para dançar pelas páginas cheias de aventuras. Para conhecer diferentes pessoas. Para ser alguém que nunca fui”.
“Mas as flores estão mortas e secas e cheias de arrependimentos”, refletiu a voz, tão quieta e com dúvidas infinitas.
O homem ponderou as palavras. Suas próprias palavras. Palavras que o enganavam, que o impediam de seguir. “Não!”, ele exclamou, extraindo toda a força de dentro de si. “Não!”, ele repetiu.
“As flores não estão cheias de arrependimentos.” Ele olhou ao espelho e apontou o dedo. “As flores aproveitaram cada segundo de suas vidas. Elas viveram sem medo”.
A voz em sua mente parou por um instante. Ela não conseguia compreender uma vida sem medo.
“Mas elas estão secas!”, exclamou a voz com toda a sua fúria.
“Não!”, disse o homem. “Elas estão onde sempre sonharam estar”.




